Olá Viajantes! Para quem planeja se hospedar em um hotel de floresta no Amazonas, uma parada em Manaus é obrigatória e pode ser muito bem aproveitada. Se bem planejado, dois dias inteiros são suficientes para um roteiro bem interessante e que passa por boa parte dos prédios do centro histórico de Manaus e dos pontos turísticos mais famosos da cidade.
Reserve um dia para o passeio de dia todo mais conhecido da região que passa pelo Encontro da Águas, interação com os Botos e demais atrações que recomendamos aqui. Para o outro dia, sugerimos a visitação ao Museu do Seringal na parte da manhã e a visita guiada no Teatro Amazonas para o final da tarde.
Como já deve ter percebido, mesmo fazendo um almoço tranquilo, ainda sobram algumas horinhas livres para serem preenchidas entre o almoço e a visita guiada no Teatro. Pensando nisso, preparamos algumas opções de prédios históricos e pontos turísticos para serem visitados nesse meio tempo.
Palácio Rio Negro
Quem já leu este post e esse outro, sabe o tamanho da riqueza e ostentação que um “barão da borracha” podia revelar nos tempos áureos do Ciclo da Borracha. O Palácio Rio Negro é só mais um capítulo dessa história.
Projetado pelo arquiteto italiano Antonio Jannuzzi e construído no início do século XX, esta foi a morada do alemão Waldemar Scholz. Inicialmente conhecida por Palacete Scholz, a casa do comerciante precisou ser hipotecada e vendida quando o melhor momento do Ciclo da Borracha no Brasil chegou ao fim com a queda dos preços e o início da Primeira Guerra Mundial.
Em um terreno de quase cinco mil metros quadrados e estabelecido no centro de Manaus, Pedro Alcântara Bacellar, governador do Amazonas naquele tempo, resolveu comprá-la para que servisse como sede do Poder Executivo e residência para os governadores do estado.
Em 1997, o governo decidiu transformar o palácio em Centro Cultural Palácio Rio Negro. Além das visitações abertas ao público, são feitas apresentações de música, exposições, lançamentos de livros e outras atividades culturais.
O casarão pode ser visitado gratuitamente por conta própria ou com visita guiada que acontece de hora em hora e dura algo em torno de 45 minutos. Na visita é possível ver os detalhes da arquitetura e conhecer a história do palácio desde a sua construção até os dias atuais. Pouco restou do mobiliário do ciclo da borracha, já que muito foi vendido ou levado consigo pelo alemão quando retornou à Hamburgo e nunca mais voltou. Mas ainda estão disponíveis boa parte dos móveis da época em que serviu como sede do Poder Executivo, além de algumas obras de arte do último século.
O palacete fica na Avenida Sete de Setembro nº 1546, no Centro de Manaus. Já as visitas livres ocorrem sem hora marcada de terça-feira à sábado, das 9h às 17h.
Casa Museu Eduardo Ribeiro
O pequeno edifício localizado na Rua José Clemente nº 322 funciona atualmente como um pequeno Museu que pode ser visitado em menos de uma hora.
Além da reformada e bem cuidada fachada centenária do prédio, podemos ver por dentro pertences que remontam o tempo em que Eduardo Ribeiro morou nesta casa. Político importante e com participação direta na construção de vários marcos da cidade (incluindo o Teatro Amazonas), Eduardo Ribeiro foi governador no final do século XIX e é lembrado até hoje pela forma como administrou o estado em um dos períodos mais ricos e importantes que foi o Ciclo da Borracha.
Além de itens pessoais do ex-governador, podemos ver mobiliários que remontam o período do ciclo da borracha ilustrando como viviam os burgueses naquela época. Além das salas que levam nomes de momentos ou pessoas importantes ao governador, também podemos conhecer um pouco da história da família do engenheiro Bretislau de Castro que viveu no sobrado por meio século depois de Eduardo Ribeiro, antes de ser vendida para a União Federal em 1961.
Já em posse da União e antes de se tornar o Museu Casa, o sobrado funcionou como sede de alguns serviços públicos de saúde. Por esse motivo a Academia Amazonense de Medicina está ali instalada e o visitante também encontrará expostas informações sobre a história da medicina no Amazonas.
Próximo do Teatro Amazonas, as visitas são gratuitas e podem acontecer de terça-feira à sábado, das 9h às 17h, ou aos domingos, das 9h às 13h.
Palácio da Justiça
Este é outro prédio centenário construído no período de bonança do Ciclo da Borracha com a participação direta do ex-governador Eduardo Ribeiro. O palácio de traços clássicos, é uma construção bonita de ser vista. Seus portões são de ferro fundido importados da Escócia e a calçada da frente e escadarias feitas em pedras de Liós, de Portugal.
O palácio foi utilizado pelo Poder Judiciário até pouco tempo. O mobiliário antigo e algumas peças modernas no seu interior ajudam a contar a história de sua construção e muito da atividade do judiciário no passado recente. Em uma visita guiada ou não, o visitante pode acompanhar diversas salas que abrigavam os gabinetes das autoridades judiciárias, uma sala de tribunal do júri e uma sala de julgamento da corte dos desembargadores.
No Palácio ainda é possível encontrar uma sala dedicada aos contos de casos criminais famosos e outras salas com exposições temporárias de arte.
Há poucos metros do Teatro Amazonas, o Palácio pode ser visitado de terça-feira à sábado, das 9h às 17h, ou aos domingos, das 9h às 14h.
Mercado Adolpho Lisboa
O Mercado Municipal Adolpho Lisboa é o Mercadão de Manaus. Localizando às margens do Rio Negro, o Mercadão também é um dos símbolos arquitetônicos do período áureo do Ciclo da Borracha.
Construído em estilo Art Nouveau e inspirado no antigo mercado Les Halles de Paris, o mercadão possui uma construção interessante em ferro importado escocês e vidros coloridos. O projeto foi desenhado por Gustave Eiffel, o mesmo responsável pela torre parisiense que leva seu nome. Além de sua importância arquitetônica, também reserva importância histórica. Aproveitando a riqueza do tempo em que foi construído, o Mercadão surge como um remédio para as preocupações a respeito das condições higiênicas na comercialização dos alimentos típicos de cidades com grande movimentação de pessoas.
Com mais de 135 anos de história, o mercado continua em pleno funcionamento com espaços de comercialização de produtos e alimentos típicos da Amazônia. O visitante poderá encontrar uma boa variedade de peixes regionais, artesanatos, frutas, legumes e especiarias vendidas por diversas barraquinhas espalhadas no espaço.
Aberto todos os dias a partir das 6h da manhã, recomendamos que faça a visita ainda pela manhã. Assim poderá ver o movimento dos moradores e as compras dos peixes fresquinhos do começo do dia.
Catedral de Manaus e o Relógio Municipal
Para quem gosta de visitar igrejas, é na Catedral Metropolitana de Manaus – Nossa Senhora da Conceição, ou apenas Catedral de Manaus como é popularmente chamada, que vai encontrar sua principal parada.
Localizada na Praça Osvaldo Cruz, no centro de Manaus, o prédio apresenta inspiração neoclássica do final do século XIX. Apesar de centenária, esse mesmo lugar tem sido local de igrejas desde 1695, quando a coroa portuguesa autorizou uma primitiva capela de adoração à Nossa Senhora da Conceição. Na época, não existia a cidade de Manaus e a construção era apenas feita de taipa coberta de palha no meio de indígenas de várias etnias, mas outras construções foram dando lugar à essa primeira assim que a cidade foi crescendo.
Próximo da Igreja fica o Relógio Municipal de Manaus. Bonito e revitalizado relógio de torre, foi construído em 1929 com peças importadas da suíça. Em volta do mostrador há uma frase em latim: “vulnerant omnes, ultma necat”. Em tradução livre significa: “todas ferem, a última mata”. A frase traz a ideia de que não estamos preparados para tudo porque não podemos saber a data exata para tudo, inclusive a morte.
Em torno da catedral e do relógio tem uma praça com jardim projetada no mesmo período das edificações. No entanto, quando estivermos por lá, infelizmente haviam muitos moradores de rua e pessoas urinando em público. Não foi a melhor experiência que poderíamos ter do lugar.
Galeria Amazônica
Também muito próximo do Teatro Amazonas fica a Galeria Amazônica. Trata-se de uma loja e não um ponto turístico, mas a verdade é que muitas pessoas passam na loja para checar os itens comercializados. Isso porque o espaço se especializou em vender artesanato indígena comprado diretamente das tribos e apresentam a indicação da origem.
Só para estabelecer uma expectativa, espere padronização na maior parte dos itens que estão sendo vendidos. Ainda assim, são vendidas cestas, chocalhos, artesanatos, bijuterias e até mesmo itens de arte muito bonitos e que vale a pena procurar com atenção. Fica aberta de terça à sábado, das 8h às 17h e vale pelo menos uma passada rápida.
Agora que você já conhece alguns museus e pontos turísticos da cidade, basta saber quanto tempo terá livre para organizar suas visitas. Vale sempre lembrar que apesar de termos pesquisado os dias e horários de funcionamento, recomendamos que chequem o site oficial para confirmar e não ter uma surpresa.
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